Tom King chegou destruindo no mundo dos quadrinhos, seja através da sua visão do Homem Morcego em Rebirth ou da aclamado fase do Visão, que em breve estará por aqui. Mas, acredito que nenhuma das duas obras seja tão pessoal e avassaladora quanto O Xerife da Babilônia.
King passou 7 anos como oficial de antiterrorismo na CIA e esse quadrinho foi inspirado em suas experiências no Iraque. A narrativa é realmente de tirar o fôlego, sendo facilmente comparada a filmes de ação e guerra. Em diversos momentos você consegue sentir a tensão durante a leitura e isso é pra mim, uma das experiências mais fascinantes dos quadrinhos, quando um autor consegue transparecer com facilidade o sentimento proposto. Repleto de política suja e momentos sangrentos, o enredo retrata bem o terror psicológico que se instalou tanto nos iraquianos, quanto nos americanos que serviram lá. Não há como ignorar também os desenhos de Mitch Gerads e a capa de John Paul Leon. Ambos dominam os quadros com seus desenhos sujos que são ideais para passar a sensação que é a proposta do quadrinho. Enfim, com muita violência, política e suspense, O Xerife da Babilônia é uma leitura excelente, e quem sabe não figura entre as melhores do ano, porém a disputa está acirrada.