Uma coisa é clara sobre essa HQ, ela é massante. E não é por causa da narrativa ou do roteiro, mas por seu tema ser extremamente pesado.
O ser humano está acostumado a seguir um fluxo na vida, no qual seus pais se vão antes que seus filhos, mesmo sabendo que nem sempre acontece dessa maneira, como é o caso da história de Tom Hart e sua pequenina Rosalie.
Memórias Gráficas traz uma narrativa delicada sobre o luto de um casal que acaba de perder sua filhinha que nem ao menos completou 2 anos. Baseada em fatos, a HQ de Tom Hart emana os sentimentos dele de uma forma tão sincera e profunda, que é impossível não ficar deprimido, e é por isso que é uma HQ de difícil leitura, principalmente quando você conhece ou tem casos próximos ao seu redor.
A forma que Hart revive suas lembranças é tão tocante que você deseja que aquilo tudo seja apenas uma história fictícia e que no final Rosalie Lightning reapareça tão rápido quanto foi.
Considerado um Best-Seller pelo New York Times, a bela porém trágica experiência de Tom Hart é uma ótima leitura, mas não é para muitos.
A diagramação e traços dele também transparecem o sentimentalismo da obra (vide as profundas páginas pretas), e apesar de não ser um traço belo, corresponde com a proposta.
Enfim, a Editora Nemo sempre atinge em cheio quando o negócio é quadrinhos biográficos e Rosalie Lightning - Memórias Gráficas é um exemplo disso.
